quinta-feira, janeiro 25, 2007

a dama na água - filme

Uma fábula que trabalha a metáfora dos problemas, transformados em monstros, na tela. As imagens terríveis do lobo enorme coberto de grama, sempre na espreita, trazem ao corpo o medo. A impressão é de que um problema monstruoso olha pra você, mesmo enquanto você se distrai com outras coisas, ele quer lhe devorar.

Story (Bryce Dallas Howard) é o nome da dama. Ela é uma ninfa do mar, que acredita na empatia, até entre humanos. Em tempos onde cachorros são os melhores amigos (mesmo que isso não esteja no filme)...enfim, nestes tempos de pouca confiança, e muito desconfiança em relação ao humano, os tipos da terra de Story voltam a acreditar nele. Ou seja, acreditam que a humanidade tem algum "jeito".

Story passa a maior parte do filme se recuperando dos ataques que sofre do lobo coberto de grama, enquanto seu amigo Cleveland Heep sobe e desce as escadas dos pequenos prédios realizando pequenos consertos.

Parece que, quando tocados pela empatia, nossos corpos até que se movem, e acabamos dando a mão. Noutro ponto, existe, no filme, a crença de que idéias também geram o movimento pois um autor desconhecido se tornará famoso, e seus escritos, suas reflexões, irão influenciar um tal de escolhido. Enredo com duas presenças constantes, o sentimento de empatia, e a idéia de mudança pela idéia.

O bom mesmo é a interpretação de Paul Giamatti (Heep), triste, gago, servente, síndico, do condomínio em que Story surge nua, na piscina. Ele torna a história convincente. E eu acreditei em ninfas, do começo ao fim do filme.

Acreditei também que pra resolver um grande problema, nada como poder contar com a ajuda. E toda ajuda é bem vinda, mesmo quando é atrapalhada.

Pena o filme ficar monótono, repetitivo e tão previsísel.

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