quarta-feira, junho 09, 2010

Rio de Janeiro, Maio de 2010.


Querida Telma,

O tempo caminha ao meu lado. Às vezes, ele sorri, chora, canta comigo uma lembrança.
Quando olho pra trás só vejo poeira. E o que não fiz, o que não sei, o que não lembro? Estão logo ali na frente!
A saudade vem pentear os meu cabelos, me põe brincos, perfume
e batom, insiste num piercing e tatuagem. Digo, um dia, quem sabe?
O livro na cabeceira da cama, que me pôs pra dormir, olha pra mim
querendo mais. Ele vai ficar esperando, pois eu abro a janela, a laranja e a embalagem do bolo inglês. O cheiro de café.
Aquele moço bonito que fez meu café já foi trabalhar. Ou isso foi ontem?
Pra onde foi aquela ventania toda? As folhas na calçada aguardam.
Há vinte anos perdi um dente, foi o único. Estava mais velha naqueles tempos,
era medo.
Aquele rodamoinho elétrico e agoniado deve ter emperrado. Meu estômago parece de carne, de novo.
Me olhei no espelho e decidi investir mais ainda em mim. De tarde, comprei um fondue à vela.
De noite, quatro amizades vieram espetar entre os dentes frutas lambidas pelo alegre chocolate.

Ju.

1 Comentários:

Blogger O Fantástico Mundo de Patrício disse...

bem vinda de volta às postagens!

12/6/10 14:24  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial