o que a gente esquece, se esquece da gente?
Eram todos bebês enormes. Em torno da mesa, só mentiras sinceras. Estavam alegres e satisfeitos. Bebês enormes em torno dela, bebendo cervejas, caipirinhas, cafés. Bateram palmas, disseram alto e com entusiasmo"um ano"! Cantaram os parabéns. Comeram bolo. Bebês de fala grossa e de fala fina. Uns com barba e bigode, outros de saia e blusa rendada, pernas cruzadas, talvez pelo frio.
Ela, nenem de um aninho, sorriu e brincou, se divertiu. Só ela viu, em torno dela, bebês.
Vi o que ela ainda não pode ver, adultos com muito ou pouco fôlego. Cheios de saudade de outras saudades, bem distantes do que ela conhece. Quem lembra?
Mas ela jura que viu em torno dela, muitos nenens gigantes levantando os braços, falando alto de um jeito que ninguém entende, mas todo mundo se entende, de entonação em entonação.
Dizem pra mim, "ela não vai lembrar de nada disso, ninguém se lembra...". Respondo que isso vai se lembrar dela, vai acompanhá-la de algum modo.
Noutras palavras, o que a gente esquece, se esquece da gente?
Ela, nenem de um aninho, sorriu e brincou, se divertiu. Só ela viu, em torno dela, bebês.
Vi o que ela ainda não pode ver, adultos com muito ou pouco fôlego. Cheios de saudade de outras saudades, bem distantes do que ela conhece. Quem lembra?
Mas ela jura que viu em torno dela, muitos nenens gigantes levantando os braços, falando alto de um jeito que ninguém entende, mas todo mundo se entende, de entonação em entonação.
Dizem pra mim, "ela não vai lembrar de nada disso, ninguém se lembra...". Respondo que isso vai se lembrar dela, vai acompanhá-la de algum modo.
Noutras palavras, o que a gente esquece, se esquece da gente?
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