terça-feira, abril 14, 2009

o dois é impossível

Alma é estrato. Certo tipo de estrato de perfume tão raro, que só tem um de cada. A alma é liquida, e se o vidrinho quebrar, ela quebra junto. Mas antes do vidrinho quebrar, a alma é gasosa, e sai sempre um pouquinho, quando a menina solta um pum. E cai na risada, como se fosse a maior novidade do mundo.

Ouvi também em tom de novidade, que todo mundo tem uma criança dentro de si. Quem teve infância tem mesmo uma infância dentro de si, que pode até sair pra passear, às vezes. Com ou sem a ajuda da cerveja.

Aquela criança vive tanto, e consegue, sem notar, dar atenção a todos os sentidos, como se todos eles fossem importantes, inclusive o tato.

É tanta imersão no que se vive, quando se é criança, que a melhor maneira de continuar assim é não perder a curiosidade.

Como ia dizendo... o dois é impossível. A cópia não é igual a cópia. Depende da qualidade do monitor, e depende também de quem assiste à tela. Depende da conexão, porque aqui em casa um vídeo de 30 segundos pode muito bem se transformar em um vídeo de 2 minutos (embora um minuto nunca seja igual ao outro).

domingo, abril 12, 2009

IT´S ALL TRUE!

Na vida não existe ilusão. É tudo verdade. Quando a gente se engana, é verdade que se engana. Quando alguém mente, é verdade que mente. A falsidade é a verdade do falso, e por ai vai. A fome, a sede, a timidez, o enfrentamento, a guerra, o movimento, é tudo verdade.

A vida é ilusão? Caia nesse papo e espere.O tempo vai por cima, feito rolo compressor, não sobra nada. Talvez o suicídio, ou a reclamação. Ruim é passar pelo dia como se o dia esperasse por algo(mas isso pode ser muito bom!). Ou cruzar com a Lua, achando que ela será, de novo, algum dia, a mesma Lua. Como diria o amigo Heráclito, não dá pra passar pelo mesmo rio duas vezes, você não será mais o mesmo, muito menos o rio...

E o retorno, e o eterno retorno? Mortes e nascimentos, o eterno retorno da diferença. Isso sim. A planta que deixa cair a sua semente. A planta morre, apodrece, desaba no chão, e aduba a outra semente, que nasce e cresce outra planta, que morre, e que aduba outra semente...

A música no repeat. E a música em si, sozinha, ali porque alguém esqueceu o som ligado? É sempre a mesma?
A paisagem é sempre a mesma sem o olhar humano? Ela se repete?

O dia se repete? Tem dia que é longo, parece que não acaba. E quando acaba, e faz aniversário, parece que foi ontem, tudo passou tão rápido! Tem dia que não acaba, quando a gente se lembra dele, ele tem sempre alguma novidade pra contar.

Cada lembrança é uma invenção. Todo mundo é contador de histórias, porque lembrar é imaginar cenas, paisagens, histórias. Mesmo com muito ensaio e colocando todo mundo lá, de novo, não vai acontecer do mesmo jeito. Como diria o corvo de Poe, nunca mais.






Além do mais a verdade muda de lugar!




cof cof, é tanta teia de aranha, quanta poeira! quanto tempo sem passar por aqui...